OPINIÃO – Quem é esse tal de mercado?
Ah, o Mercado… essa entidade misteriosa que vive em nossos noticiários e cabeças. Uns dizem que ele está “nervoso”, outros que acordou “eufórico”. Mas, afinal, quem é esse tal de Mercado? Será um sujeito? Uma senhora idosa que acumula tesouros em botijas? Ou será apenas um conceito, um fantasma invisível que decide o preço do tomate e a cotação do dólar?
Dizem que o Mercado tem poder, mas ninguém nunca viu a cara dele. Já procurei no Google, no Bing, no mapa astral e nada. Será que ele mora lá na esquina do Seu Israel Capenga, o homem mais desconfiado do bairro? Se for, já sabemos por que ele não dá as caras: tá ocupado contando as moedas e recusando fiado.
E o mais curioso: o Mercado é tão falado, mas ninguém sabe se ele é gente como a gente. Será que ele toma café com pão de queijo ou investe até no lanche? Será que ele usa terno e gravata, ou bermuda e chinelo? Se ele é tão poderoso, por que ninguém viu ele passar? Talvez porque ele anda de Uber Black ou mora numa cobertura com vidro fumê.
Agora, que o Mercado tem crises emocionais, disso ninguém duvida. Um dia ele tá lá, todo alegre, subindo nas alturas, e no outro, cai de cara no chão porque alguém espirrou nos Estados Unidos. Vai ver, o Mercado é um adolescente hormonal: fica irritado fácil, não gosta de surpresas e reage a qualquer mensagem no grupo do Zap.
Mas, sinceramente, acho que o Mercado só precisa de um abraço e um pouco de terapia. E, quem sabe, de uma visita ao mercado da esquina do Seu Israel. Porque lá, se ele se atrever a pedir fiado, vai aprender rapidinho que a vida não é mole pra ninguém.
* Miguel Lucena (Jornalista)