Jorge Luis Sampaio, presidente da Mancha Verde, torcida organizada do Palmeiras é considerado foragido. Ele é acusado pela Polícia Civil de ser o mentor intelectual da emboscada contra cruzeirenses no último domingo (27). Ele era funcionário do gabinete de Isac Félix, líder do PL, na Câmara Municipal de São Paulo, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e recebia salário mensal bruto de R$ 7.344,92 como assessor parlamentar.

Dois dias após o episódio, que resultou na morte do motoboy José Victor Miranda, 30, e causou ferimentos graves em outros 20 na rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã, ele foi demitido. Segundo o Diário Oficial, sua exoneração ocorreu a pedido do próprio funcionário. Ele trabalhava desde 2018 com Isac Félix, que ainda é presidente do PL de São Paulo e acaba de ser reeleito vereador.

Relação antiga

A relação de Jorge Luis Sampaio com Isac Félix, no entanto, vem de muito antes. Ele trabalhou anteriormente com o atual vereador na subprefeitura de Campo Limpo. O local, segundo informações do Painel, da Folha, é reduto político do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL), padrinho político do vereador e aliado da Mancha Verde.

Nota do gabinete

O gabinete de Isac Félix soltou nota afirmando não reconhecer o envolvimento de Jorge na emboscada de domingo passado.

“Jorge atua conosco desde o início do mandato e sempre desempenhou suas funções com integridade e responsabilidade”, diz a nota.

“Assim que tomamos conhecimento do ocorrido com o torcedor, repudiamos prontamente o ato, independentemente de qualquer relação ou responsabilidade de Jorge, cuja participação será apurada pelas autoridades competentes”, encerra.

Torcedores foragidos

Nesta sexta-feira (1), a Polícia Civil realizou operação para prender Jorge Luis e outros cinco membros da organizada do Palmeiras, mas até o momento, nenhum deles foi localizado.

Polícia pede prisão

A polícia pediu a prisão de Jorge Luís e também do vice-presidente da Mancha Verde, Felipe Matos dos Santos, conhecido como Fezinho, e de outros quatro integrantes da organizada. Segundo as investigações, câmeras de segurança identificaram “Fezinho” em um estacionamento em Mairiporã no momento do ataque.

Outros torcedores foram identificados por meio de placas de veículos filmados no local da emboscada. A investigação é conduzida pela Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), responsável por investigar brigas de torcidas. A Drade possui cadastros com foto e dados de membros das principais organizadas do estado.

As investigações sobre a emboscada são acompanhadas também pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público.

Um dos torcedores agredidos segue em estado grave no Hospital de Franco da Rocha, de acordo com informações desta terça-feira, da Secretaria Estadual da Saúde. As informações são da Folha.

A emboscada ocorreu na madrugada do último domingo. Os ônibus traziam torcedores do Cruzeiro que vinha de Curitiba, onde assistiram um jogo contra o Atlético.

Em vídeos gravados durante a emboscada, um dos agressores se identificava como sendo da organizada do Palmeiras: “É Mancha caralh*! É a Mancha Filha da Put*! É Mancha seu cuzã*!”, gritava.

Mancha soltou nota

A torcida organizada Mancha Alviverde, do Palmeiras, soltou nota na manhã desta segunda-feira (28), em que nega qualquer envolvimento com a emboscada.

Na nota, publicada nas redes sociais, a direção da torcida se diz “injustiçada” pelo envolvimento de seu nome nas agressões, além de repudiar “com veemência tais atos de violência”.

“A Mancha Alvi Verde vem sendo apontada injustamente, através de alguns meios de imprensa e redes sociais, de envolvimento em uma emboscada ocorrida na Rodovia Fernão Dias, próximo ao túnel de Mairiporã, na madrugada deste domingo (27)”, começa a nota.

“O incidente resultou tragicamente na morte de um torcedor do Cruzeiro e deixou outros feridos. Lamentamos profundamente mais esse triste acontecimento e manifestamos nossa solidariedade e demonstramos nosso consternamento aos familiares da vítima, repudiando com veemência tais atos de violência”, diz ainda a organizada.

A seguir, a nota divulga a grande quantidade de associados que a Mancha possui e afirma não poder ser responsabilizada por ações isoladas de 50 torcedores:

“Queremos desde já deixar claro que a Mancha Alvi Verde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos.”

Ao final, a nota diz ainda que a organizada “repudia toda e qualquer forma de violência” e se coloca à disposição para colaborar com as autoridades nas investigações:

“A Mancha Alvi Verde repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma seu comprometimento e compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores. Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e punição dos responsáveis por mais esse fatídico e lamentável episódio ocorrido na madrugada desse domingo”, encerra a nota.

Clubes se manifestaram

O Cruzeiro publicou nota no X em que lamenta a morte e os ferimentos em seus torcedores. “O Cruzeiro lamenta profundamente mais um episódio de violência entre torcedores, desta vez durante a madrugada, na rodovia Fernão Dias, que culminou com a morte de um cruzeirense e vários feridos. Não há mais espaço para violência no futebol, um esporte que une paixões e multidões. Precisamos dar um basta a esses atos criminosos.”

O Palmeiras também soltou nota em que afirma não tolerar ações violentas de seus torcedores:

“A Sociedade Esportiva Palmeiras repudia as cenas de violência protagonizadas na Rodovia Fernão Dias, na manhã deste domingo. O futebol não pode servir como pano de fundo para brigas e mortes. Que os fatos sejam devidamente apurados pelas autoridades competentes e os criminosos, punidos com rigor.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Fontes: REDAÇÃO + revistaforum