Investigadores da Polícia Federal (PF) devem ouvir, na quinta-feira (22), pelo menos 9 depoimentos de investigados por participação no suposto plano de tentativa de golpe no Brasil. As oitivas vão acontecer simultaneamente.

Segundo relatos, os policiais dividiram os depoimentos em grupos, de acordo com os núcleos que cada um integrava no organograma montado a partir da investigação.

Núcleo de oficiais

Em um dos grupos estão os integrantes do chamado “núcleo de oficiais de alta patente”. Segundo a PF, esse grupo “teria se utilizado da alta patente para consumação do golpe de Estado”.

De acordo com os investigadores, fazem parte do grupo os generais do Exército Walter Braga Netto, Paulo Nogueira de Oliveira, Theophilo Oliveira, Laércio Vergílio e o almirante da Marinha Almir Garnier.

Braga Netto, além de candidato a vice-presidente em 2022, foi ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL). O almirante Garnier foi comandante da Marinha e o general Paulo Nogueira exerceu as funções de comandante do Exército e ministro da Defesa.

Os três e o ex-presidente foram intimados a depor na quinta-feira (22), de tarde, na sede da PF em Brasília.

O grupo formado pelos militares, dizem os investigadores, se valeu das funções de alto comando de seus integrantes para tentar influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação.

Inteligência Paralela

No âmbito do chamado “núcleo inteligência paralela”, a PF intimou o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro – Câmara foi preso no começo do mês. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid também faria parte desse núcleo, segundo a PF, mas o militar não foi convocado.

Os investigadores apontam esse grupo como o responsável pela coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente “na consumação do golpe de Estado”, inclusive realizando monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com intuito de prendê-lo no caso de um golpe consumado.

Núcleos Jurídico e de Desinformação

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres também foi intimado a depor. Segundo a PF, ele seria do “núcleo jurídico”, responsável por assessorar o presidente nas questões normativas.

Foi na casa do ex-ministro onde a polícia encontrou uma minuta com teor golpista durante cumprimento de mandato de busca e apreensão.

Outro ex-assessor de Bolsonaro intimado foi Tércio Arnaud Tomaz, que, segundo a PF, fazia parte do grupo de “desinformação” para atacar as urnas eletrônicas.

Outro que vai depor é o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Ele chegou a ser preso durante a operação do último dia 8. Os agentes suspeitam que Valdemar seria um dos responsáveis por articular o apoio político ao possível golpe.

Todos os suspeitos foram alvo de busca e apreensão da Polícia Federal em 8 de fevereiro, na operação Tempus Veritatis, que investiga um plano organizado de golpe no país para reverter o resultado das eleições presidenciais e manter Bolsonaro no poder.

Veja a lista das pessoas que devem depor na quinta-feira (22):

Jair Bolsonaro
Braga Netto
Augusto Heleno
Anderson Torres
Almir Garnier
Paulo Sérgio Nogueira
Tércio Arnaud
Marcelo Câmara
Valdemar Costa Neto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Fontes: REDAÇÃO + cnnbrasil