RC: ‘violência foi política”; Romero desmente
O governador Ricardo Coutinho (PSB) comentou, no início da tarde desta quinta-feira (14), a “onda de violência” ocorrida na cidade de Campina Grande, nos últimos dois dias. Em entrevista coletiva à imprensa, o chefe do Executivo Estadual apresentou dados da área de Segurança Pública e afirmou que os muitos dos crimes ocorridos na Rainha da Borborema nas últimas horas foram “aumentados” e divulgados “de forma errada” com o objetivo político.
O governador afirmou que em toda a Área Integrada de Segurança Pública, com sede central em Campina Grande e com abrangência sobre 20 municípios, registrou-se nesta quarta-feira (14) uma rebelião na Penitenciária do Serrotão, que, segundo ele, já era esperada devido a uma briga de facções rivais dos bairros do Pedregal e Mutirão; um ônibus incendiado e uma tentativa de incêndio a outro veículo; um menor atingido por uma bala após tentativa de roubo; uma moto roubada e um homicídio.
“Essas foram às ocorrências do grande dia em que disseram e espalharam por todos os recantos de que Campina Grande estava sitiada, fazendo terrorismo com, sinceramente, uma raiz muito política,”, disse o governador.
Ricardo ainda lamentou a suspensão de aulas em escolas e universidades e a proibição da circulação de ônibus na cidade de Campina Grande. “Como é que se suspendem todas as aulas, espalhando o terror e o pavor pela cidade, como é que a Prefeitura recomenda retirar os ônibus, para criar um clima e afirmar que a cidade estava sob um toque de recolher, quando o que aconteceu foi só isso não só em Campina, mas em 20 municípios”, argumentou.
Sem citar nomes, o governador disse que ao se aproveitar de boatos para gerar o pânico na população, os adversários políticos estariam prejudicando o Estado e a cidade de Campina Grande. “Quem acha que se aproveita de episódios que possam ser aumentados de uma forma falsa, não sabe que está prejudicando a Paraíba e a Campina Grande, dizendo para o Brasil que não venha para o Maior São João do Mundo. Isso é uma irresponsabilidade de gente que faz qualquer coisa para tirar dividendos políticos”, concluiu.
PREFEITO DE CG DESMENTE GOVERNADOR
O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), negou que o governo municipal tenha determinado o fechamento de escolas municipais e privadas, de universidades e de cursinhos pré-vestibular e a paralisação na circulação de ônibus coletivos de linha, durante a “onda de violência” ocorrida ontem na Rainha da Borborema. Em contato com a Arapuan FM, nesta quinta-feira (14), o chefe do Executivo Campinense negou as declarações do governador Ricardo Coutinho (PSB) e disse que a medida foi espontânea das direções das instituições de ensino e das empresas de transportes.
“Eu acho que você não deve transferir responsabilidades, pois, no caso da segurança pública, é constitucional dos governos dos Estados e não vou aprofundar a discussão sobre um debate tão complexo. Campina Grande vivenciou ontem momentos de caos, de perplexidade, de insegurança e de incerteza pelas várias razões abordadas pela sociedade campinense e paraibana”, comentou o prefeito.
Ainda segundo ele, a suspensão das aulas em educandários de ensino fundamental, médio e superior e a suspensão da circulação de ônibus foram “espontâneas” e não determinados pela Prefeitura Municipal de Campina Grande, conforme afirmou o governador Ricardo Coutinho.
“O fato em Campina Grande foi espontâneo e aconteceu nas universidades privadas e públicas da cidade, decidido pelas próprias reitorias, os colégios particulares, os cursinhos da mesma forma, por uma questão espontânea, que também foi o caso dos ônibus”, disse Romero, que complementou:
“Veja só, um ônibus incendiado e outro na comunidade Jenipapo em que os bandidos foram ousados e atearam fogo em um botijão, deixando o motorista dentro. Então, quem vai colocar a sua vida em risco? Quem vai colocar a população em risco? Então as empresas e os próprios trabalhadores para evitar que fosse submetido a uma situação como essa, com risco de morte, decidiram suspender suas atividades no caso da questão do transporte público”.
Romero concluiu: “Eu não faria isso para se livrar da responsabilidade, por que é um assunto muito sério e muito grave. Vivemos ontem uma situação jamais vista e lamentamos por isso”.
Fonte: wscom + Redação