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* Fernando Caldeira

Sem precisar descer a méritos, salta aos olhos que a atual composição da Assembleia Legislativa da Paraíba é bem melhor que a anterior.

Tanto é verdade que, diferente de outros tempos não tão idos, hoje o Poder Legislativo debate, discute, encaminha e legisla. A Assembleia deixou de ser um ringue entre os que apoiam e os que não apoiam o governo, para ser a caixa de ressonância dos apelos sociais.

Essa mudança comportamental do Poder se deu sem que ninguém abrisse mão de suas características: situação continua apoiando o governo e oposição fiscalizando o governo. E assim tem que ser porque, como já dizia Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra!”

A nova composição da Assembleia mostra que a Paraíba não quer um legislativo contra o executivo. Os paraibanos expressaram nas urnas que querem um legislativo autônomo, fiscalizador , crítico, sugestivo, contestador …, mas não um legislativo contra o executivo. Afinal, tanto um quanto outro são originários da vontade do povo. Legislativo e executivo são poderes emanados das urnas; portanto, são rebentos do povo. E sendo o povo que os constitui através de seus delegados (deputados e governador(a) ), não é razoável imaginar que os queira contrapostos.

Ao contrário, sem abrir mão cada qual de seu papel, a situação de apoio e base ao governo e a oposição de crítica e fiscalização, o que a Paraíba espera é que legislativo e executivo caminhem juntos. Pragmático, o povo sabe que a união faz a força!

Sendo assim, hoje temos um Poder Legislativo que estima o povo, porque constituído por uma situação que se dá ao respeito e não se genuflexa ao executivo, e uma oposição franca e propositiva que não pragueja nem exorciza o governante.

Resumindo, hoje na Paraíba cada um faz exatamente o serviço encomendado pelo povo nas urnas: a Assembleia legisla e o Governo executa. Bem feitos, ambos ofícios canalizam os esforços públicos no encaminhamento de soluções para os problemas da Paraíba, que não são poucos.

Esse novo entendimento do fazer político no Estado, a continuar, pode nos render excelentes frutos. Colhidos, esses frutos servirão ao desenvolvimento da Paraíba, e portanto ao povo paraibano. Esse ciclo virtuoso se fecha numa roda composta de reconhecimento popular, eleição dos representantes do povo, legislação e execução públicas em favor do Estado, frutos colhidos, reconhecimento popular, …., e o ciclo recomeça! Em outras palavras, quando cada um faz bem o papel que lhe cabe, todos ganham.

A Paraíba está aprendendo que é possível fazer política com “P” maiúsculo!

S O L T A S

. Falar em Poder Legislativo, parabéns à Câmara Municipal de Cajazeiras, que tem discutido, inclusive presencialmente nas comunidades, os problemas do povo. Um legislativo crítico, mas propositivo, é uma bússola excelente a qualquer administrador.

. Apesar dos chiliques de alguns doutores por decreto em relação ao assunto, o fato é que o povo continua a sofrer a “injustiça qualificada e manifesta” por conta da justiça tardia, fruto de uma celeridade processual que é uma piada e que afronta o bom senso dos que o tem!

. Enquanto o PMDB está cada vez mais aliado ao governador Ricardo Coutinho (PSB), algumas figuras do PT tenta afastá-lo mais e mais do governante paraibano, sendo Ricardo hoje, o governador que mais abertamente defenda a Presidenta Dilma Rousseff!

. E enquanto os senadores Aécio Neves e Cássio Cunha Lima batem bumbo todos os dias pela cassação de Dilma, o ex-presidente Fernando Henrique deu-lhes uma lição de cidadania: “impeachment não pode ser objeto de desejo.”

. Neste domingo (27) tem DEBATES POPULARES no Trem das Onze com Zé Maria Gurgel, Rivelino Martins, Padre Francivaldo, Mariana Moreira e a estreia de Adalberto Nogueira.