Por que os partidos não renunciam ao aumento escandaloso do Fundo Partidário?
* Ricardo Noblat
Gratifica-se regiamente quem encontrar um partido que tenha sido favorável à triplicação do valor dos recursos da União destinados ao Fundo Partidário, este ano.
Pelo jeito, todos foram contra. E deixaram sozinho o relator da proposta de aumento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Não se sabe onde nem por que Jucá teve ideia tão infeliz. Certo?
Errado. A ideia pode ter sido infeliz, logo agora quando o governo está sendo obrigado a cortar gastos por causa do ajuste fiscal. Mas ela não saiu unicamente da cabeça de Jucá.
Foi compartilhada por praticamente todos os partidos, grandes e pequenos. Eles alegaram que precisavam de dinheiro para enfrentar as eleições municipais de 2016.
Tradicionais financiadoras de eleições, as empreiteiras estão enrascadas no escândalo da roubalheira que custou à Petrobras, por baixo, algo como R$ 6 bilhões. Não poderão socorrer os partidos.
Daí…Daí só restou a eles avançarem sobre o dinheiro dos que pagam impostos. Sobre o nosso dinheiro. Como a reação a isso está sedo forte, o PMDB disse que topa devolver parte do que receberia.
Se partido algum suplicou a Jucá por mais dinheiro; se todos, a se ver agora, são contra isso; por que simplesmente não renunciam ao aumento do fundo?
A não fazê-lo, pelo menos que parem com tanto cinismo.