Oposição Câmara

A bancada de oposição na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) deu entrada em uma representação, junto à Mesa Diretora da Casa, contra o vereador Marco Antônio por quebra de decoro, após o parlamentar ter afirmado que a bancada teria tido uma conduta criminosa ao apoiar o movimento de greve dos professores da rede municipal de ensino.

Os vereadores Raoni Mendes (PDT), Lucas de Brito (DEM) e Renato Martins (PSB) se retiraram do plenário, na manhã desta terça-feira (31), após injúria cometida pelo líder do prefeito Luciano Cartaxo (PT). Marco Antônio alegou que os vereadores estariam incentivando os professores a permanecerem em greve, desobedecendo decisão judicial, o que seria uma prática criminosa, segundo o governista.

Indignado, o líder da oposição respondeu as injúrias feitas durante a sessão. “A Casa aprovou uma convocação e ela (a secretária) tinha até 30 dias para comparecer. Nós estivemos na assembleia dos professores e o que vimos foi um momento histórico. Nós queremos defender o direito e a dignidade dos pessoenses. Não iremos aceitar que nenhum vereador, seja ele qual for, seja chamado de criminoso por defender os trabalhadores”, ressaltou Raoni Mendes.

Após agressão feita à bancada, o vereador Lucas de Brito ressaltou a necessidade da instalação urgente da Comissão de Ética na CMJP. ” A Comissão de Ética desta Casa precisa ser instalada, pois está começando a ocorrer excessos. Existem vereadores que de forma completamente irresponsável estão se valendo da sua imunidade parlamentar para falar coisas que não podem comprovar. Isso é uma irresponsabilidade sem precedentes nesta Casa e não sabemos aonde vamos chegar”, disse o parlamentar.

Na sessão ordinária os parlamentares protestaram contra a mudança na data de convocação da secretária de educação do município, Edilma Ferreira da Costa, que aconteceria nesta quinta-feira (2), mas foi remarcada para o dia 23 de abril, após decisão da Mesa Diretora. Durante o debate, a bancada de situação não aceitou colocar em votação a antecipação da audiência pública e impuseram a nova data acusando a oposição de estimular a paralisação da categoria.

Para o vereador Renato Martins, o apoio dos vereadores visa a melhoria nas condições de trabalho. “A nossa participação no movimento prova que a oposição não prevarica. Quando você se nega a aceitar que existe um problema na cidade, como existe na educação, é que há prevaricação. A bancada de oposição está a favor dos professores”, explicou.