OAB/CZ e democracia
“A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça“. (Rui Barbosa)
Não criei, não inventei e não menti. Fiz o que cabe à imprensa fazer: relatar a verdade!
E a verdade é que a nossa justiça é lenta, demorada e tardia. E justiça que tarda, ensinou Rui Barbosa, “não é senão injustiça qualificada e manifesta.”
Saiam de seus gabinetes refrigerados, ouçam o povo e então descobrirão a verdade que afirmei, que volto a reafirmar, e pela qual oabeanos de Cajazeiras parecem querer me crucificar.
Num artigo simples de cinco parágrafos onde abordo e lamento a demora judicial para julgar, o que é verdade aqui e alhures, em um, em apenas um, cito a OAB/Cajazeiras cobrando-lhe ser eficiente e operante ante o arrasto sem fim de processos na comarca. Nada além disso. Não destratei e não menosprezei nem OAB e nem ninguém. Apenas passei para o papel o que o povo diz nas ruas.
Foi o suficiente para acordar a ira e a cólera contra mim de alguns que se julgam acima do bem e do mal. Imaginando-se intocáveis, porque doutores por decreto, postam-se como verdugos à espera do pelourinho para açoitar-me. Com insinuações e ameaças veladas de processar-me, buscam o meu silêncio. Não o encontrarão!
Digo-vos: ao invés de utilizarem vossa energia contra um humilde jornalista, escravo dos fatos e da verdade, represem-na para utilizá-la no que realmente importa: a celeridade processual que todos buscam, principalmente o povo carente de justiça nesta Cajazeiras.
Lamento que membros da OAB, seccional Cajazeiras, não estejam acostumados ao exercício democrático. Lamento que cidadãos que estudaram Direito e, nele, Ética e Filosofia, não consigam assimilar o mínimo de contraditório ao que julgam ser certo. Lamento que jovens advogados que deveriam amar o debate, a liberdade e a democracia, como lhes ensinaram seus mestres, embevecidos pelo poder de dirigir uma entidade classista, prefiram flertar com a censura. Mas digo que desde já os perdoo. Afinal, isso é próprio da inexperiência dos que, com pouca idade, não conheceram a tristeza e a amargura de uma ditadura!