Pacientes em macas

“Uma situação de guerra.” Foi assim que os vereadores de oposição ao prefeito Luciano Cartaxo (PT) definiram o estado em que se encontra o Complexo Hospitalar Mangabeira (trauminha).

Segundo Lucas de Brito (DEM), Renato Martins (PSB) e Raoni Mendes (PDT), comissão que visitou hoje pela manhã o ortotrauma ou trauminha, a situação do hospital é a pior possível. “Para que se tenha ideia do caos ali instalado, encontramos um cidadão de nome Severino que além de estar há 6 meses na enfermaria aguardando uma operação, subiu hoje para operar e voltou sem a cirurgia ter sido feita porque faltou sangue”, revelaram, garantindo que tomaram conhecimento de outros pacientes que chegaram a ser encaminhados três vezes para o centro cirúrgico e voltaram sem terem sido operados “por falta de material”, afirmou Raoni Mendes. Falta de tudo; nem lençol existe para que os pacientes se cubram, disse Renato Martins.

Para a comissão de vereadores esse caos não se justifica senão por falta de gestão, vez que, asseguraram, “o orçamento da saúde de João Pessoa é de 600 milhões de reais neste ano.” Eles disseram, por outro lado, terem sido muito bem recebidos pela direção do hospital, que alega acúmulo de pacientes do interior, como justificativa para aquela situação.

Urina em frasco de soro

Como se não bastasse, os vereadores denunciaram ainda terem presenciado muitos pacientes em macas pelos corredores do hospital urinando em frascos abertos de soro porque não têm condições de se movimentarem e não há cadeira de rodas para que sejam encaminhados aos banheiros. “Não é um, nem dois, nem três…, são dezenas de pacientes nessa situação de terem que urinar em frascos abertos de soro na frente de todos os outros, numa verdadeira situação de guerra”, revelaram.

Eles também disseram que toda a visita foi gravado em vídeo, e que será disponibilizado ao Conselho Regional de Medicina (CRM), Ministério Público (MP) e à Câmara Municipal, onde eles apresentarão a gravação.

Mônica Rocha

A Secretária de Saúde de João Pessoa, Mônica Rocha, reconheceu a existência de problemas naquela unidade de saúde, dizendo que “o ortotrauma não se encontra em condições físicas de assumir o que assume”, referindo-se ao recebimento de pacientes de outros municípios.