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Há dois anos as obras de saneamento e do sistema de tratamento de água do município de Coremas, localizado no Alto Sertão paraibano, estão paradas. Isto implica no abastecimento direto de 27 mil pessoas, que vêm consumindo água sem nenhum tipo tratamento. “A água que chega às torneiras de Coremas fede, sem tratamento. A população está sendo esquecida. Já tem projeto, obra e dinheiro para a execução. Faço esse apelo para quê o Governo execute a obra”, denunciou o deputado Dinaldinho Wanderley (PSDB), na manhã desta quarta-feira (5), no plenário da Assembleia Legislativa.

O município também não conta com sistema de esgotamento sanitário. Os dejetos vêm sendo depositado no rio Piancó, que será um braço da transposição do rio São Francisco na Paraíba. De acordo com o parlamentar, em 2013, conforme matéria divulgada no portal do Governo do Estado, o governador autorizou o início das obras do saneamento do município de Coremas. No ato da assinatura, o Executivo anunciou que seriam investidos, somente no sistema de esgotamento, R$ 8 milhões, em recursos do Governo Federal e do Governo do Estado.

“Coremas chegará a uma cobertura de esgotamento superior a 80%, o que significa um avanço muito grande, já que hoje não existe tratamento de esgoto no município. Foi assim que anunciou o governador. Lembrando que chegamos em 2015 e Coremas continua sem saneamento e sem tratamento de água”, destacou o deputado, revelando ainda que na matéria o secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, João Azevedo, anunciava que a previsão de execução da obra era de um ano.

O governador, em 2013 falava que como o abastecimento não é uma responsabilidade da Cagepa, a água do açude de Coremas era consumida sem tratamento, oferecendo riscos à saúde da população e ainda complementou “Essa é uma situação que não pode continuar e vamos buscar uma forma de realizar o tratamento da água”.

O deputado Dinaldinho fez um apelo para que as obras sejam continuadas e disse esperar sensibilidade do Governo para oferecer os serviços à população. “O que esperamos é a sensibilidade para a resolução desse problema, que coloca em risco a saúde de tantas pessoas por consumir uma água imprópria”, disse.

Apoio de deputados – O apelo feito pelo deputado Dinaldinho ganhou o apoio dos outros deputados. O presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), disse que se recordava que a região tinha uma grande produção de peixes, mas que hoje, graças à poluição não tem mais a mesma produção. “O açude quase que não produz mais peixe. Fiquei muito triste com essa realidade que passa o açude de Coremas”, lamentou Galdino durante aparte.

Já o deputado Branco Mendes (PEN) lembrou que debateu esse problema na Casa e conclamou os demais deputados a apoiarem essa causa, já que a população vem sofrendo com doenças graves. “As águas do açude de Coremas sobem direto para as casas sem ter tratamento. Acho que o primeiro passo é passar a responsabilidade para a Cagepa, pois jamais uma Prefeitura vai ter condições de tratar aquela água para servir à comunidade. O índice de câncer naquela cidade é muito grande, devido a uma água que não é tratada. Acho que deveríamos dar as mãos e fazer uma campanha de esclarecimento e transferir a gestão da água para a Cagepa”, defendeu.