Debate expõe entendimentos diferentes de líderes na ALPB
Num debate de alto nível, onde prevaleceu o confronto de pontos de vista, ficou clara a diferença de entendimentos entre os deputados Hervázio Bezerra (PSB), líder da situação, e Renato Gadelha (PSC), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Paraíba, em relação a três temas atuais da política local na Paraíba: orçamento impositivo, voto aberto no parlamento e aposentadoria para ex-governadores.
Mediado pelo apresentador Alex Filho (TV Master), Bezerra e Gadelha “duelaram” durante praticamente duas horas no programa Conexão Master, apresentado todas as segundas-feiras a partir das 21 horas.
Orçamento impositivo
Em relação ao orçamento impositivo que está vigindo no Estado desde a derrubada do veto do governador à propositura, o líder da oposição afimou entender que um orçamento cem por cento impositivo “não dá, pelas variações na arrecadação.” Entretanto, disse Renato Gadelha, “defendo a impositividade para as emendas parlamentares”, relatou.
Já para o líder da situação, orçamento impositivo da forma como está posto na Paraíba, “é impraticável, pois engessa a administração estadual.” O que defendo, disse Hervázio Bezerra, “é a abertura de diálogo com o governo para encontrarmos um percentual do orçamento, para que possamos ter então aquele X como impositivo de emendas parlamentares, afirmou.
Voto aberto
Sobre a adoção ou não do voto aberto para todas as votações no parlamento paraibano, o líder oposicionista disse ser favorável ao voto aberto, com exceção de três situações: eleição da mesa diretora, vetos do governador e cassação de mandatos. Nessas três situações Renato Gadelha disse que o voto secreto é uma segurança para o deputado, que fica livre de pressões externas.
Ao contrário do líder da oposição, o líder situacionista Hervázio Bezerra defende voto aberto para tudo na Assembleia. “Não vejo motivos para esconder o voto da sociedade”, relatou.
Aposentadorias de ex-governadores
Já em relação a aposentadoria vitalícia para ex-governadores, Gadelha postou-se frontalmente contrário.
Bezerra, por sua vez, depois de argumentar em favor de um tratamento diferenciado aos ex-governadores por serem pessoas que no seu ofício desagradam parte da sociedade, impactando-a com suas medidas governamentais, acabou por afirmar que não tem ainda opinião formada saobre o assunto e que precisa refletir melhor sobre o tema.
Mas se nos temas debatidos os dois líderes pouco concordaram, numa coisa ficou clara a concordância de ambos: a demonstração que dá para discutir e até discordar em política, mas de forma democrática e respeitosa.