Pesquisador diz que seca dura mais 6 anos e vê transposição como salvação
A seca na Paraíba, que já entra pelo quarto ano seguido, pode chegar até 2021. De acordo com o meteorologista Luiz Carlos Molion, pesquisador da Universidade Federal de alagoas (UFAL) e membro da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Estado passa por um ciclo que varia de oito a nove anos de chuvas abaixo da média, inciado em 2012. Segundo ele, embora aconteçam chuvas no período, não são suficientes para repor a água dos mananciais e o acúmulo dos anos com pouca água provoca a seca, que traz sofrimento ao povo sertanejo. O meteorologista garantiu que este é o mesmo fenômeno que afeta o Estado de São Paulo, que já sofre com o desabastecimento em várias regiões e terá que lidar com a seca por mais cinco ou seis anos.
Para fazer a previsão, o pesquisador se baseou em dados de longos períodos, analisando a ‘média de longo termo’ (MLT), tempo em que esse ciclo de chuvas abaixo da média se repetiu sistematicamente. “Essa análise mostra a alternância sucessiva de oito ou nove anos de chuvas abaixo da média, com oito ou nove anos de chuvas acima. Agora não será diferente e, terminado esse ciclo, teremos oito ou nove anos de muita chuva”, explicou o professor Molion.
Pomar do Mundo chove menos
“A média histórica de chuvas no Estado da Califórnia (EUA) é de 190 milímetros por ano, menos do que no Sertão da Paraíba e o estado foi transformado no maior pomar do mundo, usando a água do Rio Colorado, que tem uma vazão de 500 mil metros cúbicos por segundo. O Rio São Francisco tem uma vazão cinco vezes maior que ele e o nosso Sertão é seco da forma que é”, disse o pesquisador da UFAL.
A Califórnia é o maior produtor de leite, carne bovina, tomate, morangos, melões, pêssegos, melancias e kiwi dos Estados Unidos, além de ser o segundo maior produtor de laranjas do país. A solução aplicada no estado americano é defendida por Molion para os estados nordestinos. “Além do Rio São Francisco, temos o Rio Tocantins, que joga 12 milhões de litros por segundo no mar, sem que nada dessa águas seja aproveitada.
Segundo Luiz Carlos Molion, a seca não é um problema, o problema é a falta de atitude dos governos diante dela”, avaliou.
Fonte: jornalcorreio + Redação