Propina Petrobrás

O ex-gerente de Engenharia da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, que fechou acordo de delação premiada, afirmou que, entre 2003 e 2013, o Partidos dos Trabalhadores (PT) recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. O dinheiro repassado ao partido era proveniente de propina paga por empreiteiras em aproximadamente 90 contratos firmados com a estatal.

Em acordo firmado com o Ministério Público Federal (MPF), Barusco se comprometeu a devolver US$ 97 milhões. No depoimento, ele afirma que o tesoureiro do PT, João Vaccari, era responsável por recolher o dinheiro sujo. Ele recorda que Vaccari, em nome da legenda, recebeu do Estaleiro Keppel Fels US$ 4,5 milhões.

Em nota oficial, o PT afirmou que Vaccari “respondeu prontamente” aos questionamentos feitos pelo delegado Maurício Moscadi e que tudo foi respondido com “transparência, lisura e total tranquilidade”. Veja a íntegra do comunicado:

O tesoureiro nacional do PT, João Vaccarri Neto, deixou, no início da tarde desta quinta-feira (5), o prédio da Superintendência Regional da PF em São Paulo, onde prestou depoimento durante a manhã, no âmbito da Operação Lava Jato.

Segundo o dirigente, os questionamentos em relação às apurações em curso, feitos pelo delegado Maurício Moscardi, foram prontamente respondidos, sem dificuldades.

“Todas as perguntas feitas pelo delegado foram esclarecidos. Respondi a tudo com transparência, lisura e total tranquilidade”, enfatizou Vaccari.

Pagamento de propina começou no governo FHC

Por outro lado, o ex-gerente de Engenharia da Diretoria de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, informou que começou a receber propina em 1997 ou 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. De acordo com Barusco, o suborno era pago pela empresa holandesa SBM. Na época, ele ocupava o cargo de gerente de tecnologia de instalações no âmbito da Diretoria de Exploração e Produção.

Barusco revelou que o representante da SBM chamava-se Julio Faerman. O pagamento de propina, segundo o delator, tornou-se sistemático a partir de 2000. “Esses contratos eram de longa duração e, desse modo, o pagamento de propinas também perdurou por longos anos”, afirmou. Ele disse que os recebimentos eram mensais e proporcionais aos valores do contrato. Recebia entre US$ 25 mil a US$ 50 mil por mês.

A SBM fechou um acordo com o Ministério Público da Holanda para devolver US$ 240 milhões. No Brasil, de acordo com ex-funcionários da SBM, a empresa pagou US$ 139 milhões para servidores da Petrobras.

Fonte: correiobraziliense + Redação