O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, anunciou nessa 4ª feira (13.jan.2021) novas medidas de restrição para conter a alta dos casos de covid-19. A partir de 6ª feira (15.jan), todos os cidadãos têm “dever de recolhimento obrigatório” e o comércio não essencial deve fechar.

“Sabemos bem o que custa sacrificar a liberdade, mas todos sabemos que a vida não tem preço”, declarou o premiê.

O governo determinou 2 dias de exceção ao recolher obrigatório: 17 e 24 de janeiro. Ambas são datas do calendário eleitoral português. A 1ª é o dia para o voto antecipado, para quem estará fora do domicílio eleitoral em 24 de janeiro, quando ocorre a votação para presidente.

O país teve na 4ª feira (13.jan) o pior dia da pandemia, com recordes de novos casos (10.556) e mortes pela doença (156). Portugal registrou, até as 5h desta 5ª feira (14.jan), 507.108 casos e 8.236 mortes pela covid-19, segundo o Worldometer.

Entre as medidas anunciadas pelo governo estão:

. comércio e serviços fechados, com exceção de estabelecimentos autorizados, como consultórios médicos, dentistas, farmácias, mercearias, super e hipermercados. Cabeleireiros, barbeiros e academias devem fechar;

. teletrabalho obrigatório, sempre que possível;

. restaurantes e cafés só podem funcionar para retirada ou entrega em domicílio;

. todos os eventos estão proibidos, com exceção dos de campanha eleitoral e de celebrações religiosas;

. espaços culturais, como cinemas e teatros, devem fechar.

“Tenho consciência do que isto significa, em especial para os que vivem a angústia de perder o emprego, e os que lutam para manter as suas empresas”, declarou Costa.

“As medidas econômicas vão ser renovadas e alargadas. Todas as atividades fechadas terão acesso automático ao layoff simplificado.”

O novo confinamento é semelhante ao 1º, de março de 2020. A principal diferença é que as escolas continuarão abertas.

Segundo o primeiro-ministro, o governo avaliou que fechá-las causaria prejuízos consideráveis à educação. Além disso, Costa argumentou que os maiores picos de transmissão do coronavírus em Portugal foram verificados em períodos de férias escolares.

Os portugueses poderão fazer exercícios ao ar livre e realizar pequenos passeios, desde que próximos do local de residência e de curta duração.

Os tribunais permanecerão em atividade, assim como serviços públicos, cujo atendimento será apenas com hora marcada.

O governo português foi criticado por ter relaxado as medidas de restrição durante as festas de fim de ano, não limitando o número de pessoas em reuniões familiares e permitindo a circulação entre os municípios.

Em 6 de janeiro, o país ultrapassou pela 1ª vez a marca de 10.000 novos casos diários. No dia seguinte, outra marca foi alcançada: a de mais de 100 mortos em 24 horas.

Especialistas da área da saúde avaliam que, mesmo com as medidas, Portugal deve chegar aos 15.000 casos diários antes que a situação melhore.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fontes: REDAÇÃO + poder360