Ouvi dois comentaristas políticos de Cajazeiras dizendo que a vitória de Zé Aldemir à reeleição deveu-se ao racha nas oposições naquele município. Não concordo.

Em tese, os grupos de Jeová e Jr. Araújo unidos tornam-se uma força maior. Em tese. Por exemplo, se for para um embate eleitoral estadual, pode ser; para um embate nacional, pode ser. Mas sendo para uma eleição municipal, nem sempre.

Explico: pesquisa de consumo interno a que tive acesso durante a recém finda eleição em Cajazeiras mostra números que clareiam melhor este debate.

No quesito rejeição, a candidata Denise Albuquerque Oliveira ostentava um índice altíssimo (45,6%), bem acima dos demais concorrentes: Zé Aldemir (36,1%) e Marcos Campos (18,3%).

Isso sim explica alguma coisa, não? Denise era rejeitada por ampla maioria!

Além disso, a pesquisa traz um dado muito interessante. “Se Marcos Campos não fosse candidato, você votaria em Denise Oliveira ou Zé Aldemir”, perguntava ela, exclusivamente aos eleitores de Marcos Campos. Resultado: se Marcos não fosse candidato, dos 23,4%  que indicavam voto no candidato do PSB, 31,9% disseram que votariam em Denise, enquanto 51% disseram que votariam em Zé.

Ou seja, com a união dos grupos políticos de Jeová e Júnior, tendo Denise como candidata, mais da metade dos que afirmaram votar em Marcos, votariam em Zé caso aquele não fosse candidato. Apenas 31,9% votariam em Denise. Uma diferença de 19,1 pontos percentuais pró Zé Aldemir.

A vitória de Zé, portanto, deveu-se primeiro ao seu trabalho administrativo, inegavelmente aprovado pela população, com índice de 87,77% somando-se ótimo, bom e regular.

Noutra pesquisa que vi, também de consumo interno, 52,90% afirmavam que a maior qualidade que o candidato a prefeito devia ter era honestidade. Ora, de onde vocês acham que vinha aquela alta rejeição (45,6%) de Denise? Da Operação Andaime, é claro!

Se Denise nela não é ré, seu marido é. E daí, perguntam os incautos? Ora, quem não se lembra que na colaboração premiada de Francisco Justino do Nascimento, o vulgo Deusimar afirmou que Denise cumpria apenas o papel formal de prefeita, mas que quem mandava mesmo era o seu marido, Carlos Antônio. E este é réu na Andaime!

Quem não sabe que a então gestora pagou, em 2014, empresas envolvidas até o pescoço com esse processo? Há documentos comprovando isso que foram tornados público!

Agora juntem tudo e tirem suas conclusões.

As minhas já tirei: trabalho e andaime foram a vitória de Zé em Cajazeiras!

 

* Fernando Caldeira