Dep. Jeová Campos 1

“A OAB não fez um plebiscito nacional para saber a posição dos advogados e está apresentando uma proposta para atender interesses que não são da sociedade brasileira. A advocacia se baseia na busca da aplicação da norma legal, do princípio de que a norma, na República, o que deve imperar e a regra, não o desejo de alguém ou alguns, na República o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. A OAB não pode fazer a condução de um processo apenas para atender essas forças que foram golpistas em 64, quando a OAB estava ao lado deles, e agora eu esperava que a OAB tivesse aprendido e não voltasse a participar de um golpe desta natureza. Isso é uma vergonha”, disse o deputado Jeová Campos (PSB), durante pronunciamento na sessão desta terça-feira (29), na ALPB.

Ainda segundo o parlamentar, a OAB não está representando a boa advocacia. “A boa advocacia é o advogado postular a defesa do cumprimento da norma legal, da Lei e a OAB está fazendo o inverso. Qual o fundamento que existe para que Lula não assuma a Casa Civil. Se é para ele ser investigado, que seja. Que ele apresente sua defesa, mas a OAB ter isso como fundamento para tirar Dilma da presidência, isso é uma coisa completamente antidemocrática, autoritária e chega à beira da irresponsabilidade e eu como advogado não posso aceitar isso. Essa OAB, da forma como está se comportando, não me representa”, declarou Jeová.

Sobre a retirada do apoio do PMDB ao governo federal, Jeová disse que o PMDB é um partido de ocasião. “É difícil falar sobre o partido dos outros, mas, lamentavelmente, o PMDB é um partido de ocasião. Sarney era do PMDB e o partido o abandou. Quem fez a eleição de Collor foi o PMDB que depois também o abandonou. O PMDB participa do governo só quando convém. Na hora que não convém, abandona. Faz tão pouco tempo que eles estavam defendendo a reeleição de Dilma e ela era a melhor pessoa do mundo, de forma que não me surpreende essa decisão de abandonar o governo”, destacou o deputado, reafirmando que vai participar, no próximo dia 31, do protesto contra o golpe contra a democracia.