A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso porque condenado em 2a. instância, encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite desta quinta-feira, 30 – a uma hora do fim do prazo – a manifestação contra os pedidos para que a Corte Eleitoral barre a candidatura do petista. Os advogados exploram o comunicado do Comitê de Direitos Humanos da ONU, emitido no último dia 17, solicitando ao Brasil que Lula possa ser candidato para as eleições presidenciais. O vice na chapa de Lula, Fernando Haddad, também assina a peça.

“A inelegibilidade do ex-presidente Lula foi suspensa pela decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, como será demonstrado”, afirmam os advogados, chamando o comunicado de “decisão”, e argumentando que a inelegibilidade de Lula “sempre foi provisória”. Como a nota da ONU foi posterior ao registro, a defesa solicita que quem contestou seu pedido de candidatura se manifeste sobre o parecer.

Os advogados também alegam que não houve nenhuma atuação da defesa para tumultuar o processo. “Não houve e não haverá chicana alguma por parte da defesa”. Os defensores do petista também dizem que, na contestação, a defesa não articula nenhum pedido de produção de prova e nem “cogita” qualquer exceção processual dilatória para distender o processo, como uma suspeição.

Entre as solicitações finais, os advogados pedem que se abra vista para aqueles que contestaram seu registro se manifestem acerca das teses “impeditivas e extintivas”, da documentação anexada e das preliminares de mérito indicadas, ainda que em sede de alegações finais.

Em uma manifestação de quase 200 páginas, os advogados de Lula culpam “em alguma medida” o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) “pela instabilidade político-jurídica” do julgamento do registro do petista e pedem respeito a compromissos internacionais de defesa dos direitos humano.

Liminar

Nesta sexta-feira, 31, a Corte Eleitoral vai realizar, às 14h30, uma sessão extraordinária em que deve discutir a situação de Lula. Segundo apurou a reportagem, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do pedido de registro de Lula, aguardava a manifestação da defesa do petista para decidir o que será levado a julgamento na sessão – que pode ser tanto o pedido de liminar para barrar a presença do ex-presidente no horário eleitoral no rádio e na televisão quanto o julgamento do mérito do registro do petista.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fontes: vejaonline + REDAÇÃO