Aécio, Renan e Cunha

A Operação Lava Jato não é senão o resultado do financiamento privado de campanhas políticas no Brasil. Simples: o empresário financia o senador, o deputado e outros agentes políticos, e depois vai querer o dinheiro de volta com juros e correção. Como os salários dos “nossos representantes” são intocáveis e insuficientes para tal fim, o que fazem eles? Utilizam seus prepostos em postos chaves da administração pública para superfaturar compras e vendas e, assim, pagam o que seus padrinhos devem aos “bondosos doadores.”

Significa que os empresários ajudam a eleger políticos, que conseguem indicações de prepostos para cargos em empresas púbicas e, através destes, arrancam dessas empresas o dobro, o triplo… do dinheiro que doaram. Sintetizando, eles “investem” nos candidatos e depois são ressarcidos com dinheiro público!

Em boa hora o Supremo Tribunal Federal foi chamado e decidiu pela inconstitucionalidade desse tipo de financiamento. Significa que, a partir de agora, não teremos mais o incestuoso relacionamento financeiro entre empresários/empresas/políticos. Foi rompido o círculo vicioso da maior parte da corrupção eleitoral no país.

Mal acostumados com as mamatas até então existentes no fazer político, e portanto atingidos em cheio pela decisão do STF, “nossos representantes” logo reagiram e aprovaram no Congresso uma lei instituindo o financiamento através de doação de empresas no montante de até 20 milhões de reais. Era a volta da zorra financeira das eleições. Mas aí a Presidenta Dilma Rousseff vetou tal dispositivo.

Fim da história? Que nada! Os que sempre se beneficiaram desses esquemas sujos nas eleições, que são os mesmos que falam em impeachment da Presidenta e que arrotam honestidade e retidão, agora estão promovendo chantagem política para tentar conseguir a volta das doações privadas. As mesmas que deram origem à Operação Lava Jato. E como fazem isso? Ameaçando pautar no Congresso Nacional a votação de matérias tidas como ‘bombas’ porque impõe altos encargos financeiros ao governo, e portanto à nação.

Assim, eles querem de volta a bandalheira financeira onde asseguram suas infinitas (re)eleições e infinitas facilidades de toda ordem. Quem são eles? Renan Calheiros(PMDB), Eduardo Cunha(PMDB), José Agripino (DEM), Aécio Neves e Cássio Cunha Lima (PSDB), além de PP, PR e PTB. Ou seja: a turma séria e honesta que prega o impeachment da Dilma!

Fala sério!