Brejo das Freiras

EXCLUSIVO – A Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado da Paraíba (Fecomércio PB) constituída pelos Sindicatos filiados, representantes das categorias econômicas do comércio de bens e de serviços, enquadradas nos grupos do plano da Confederação Nacional do Comércio – CNC, poderá arrendar ou mesmo comprar a Estância Termal Brejo das Freiras, no sertão paraibano.

A informação foi revelada pela Presidente da PB-Tur, Ruth Avelino, em entrevista na tarde desta terça-feira (5) ao programa Fala Paraíba, pela Rede Tabajara Sat.

Segundo a dirigente da Empresa Paraibana de Turismo, Marconi Medeiros, Presidente da Fecomércio PB, está em conversações com o Governo do Estado e, nos próximos dias, deve trazer uma proposta daquela entidade classista para tornar a Estância Termal Brejo das Freiras em Hotel Escola.

Ruth Avelino disse que a Fecomércio já fez isso com grande êxito em Gravatá, onde mantém um Hotel Escola de excelente qualidade.

Estância Termal Brejo das Freiras

A Estância Termal de Brejo das Freiras, localizada na zona rural de São João do Rio do Peixe-PB, em pleno sertão paraibano, distante 9km da sede-municipal e 478Km de João Pessoa, é considerada como estação balneária de significativa importância, tanto para a região quanto para o Estado, pelo seu grande potencial turístico.

Ao longo do ano, a estância recebe a visita de turistas não só das comunas circunvizinhas, mas também de outras cidades mais distantes, tais como: Recife, João Pessoa, Fortaleza, Natal e Campina Grande que se dirigem ao local em busca de repouso e lazer, bem assim do poder curativo de suas águas sulforosas.

Ela dispõe de um hotel, com capacidade para 150 pessoas, além de uma infraestrutura que consta de salão de convenções; 45 apartamentos confortáveis, todos climatizados e equipados com frigobar, circuito fechado de televisão e telefone; restaurante, com cozinha regional; biblioteca; salão de jogos; serviço de Internet. Além disso, conta com parque aquático, banheira térmica, duchas térmicas, balneário dos hóspedes, quadra poliesportiva, quinze chalés, capela e um campo de pouso para aviões de pequeno porte, entre outras coisas que fazem do local um paraíso em pleno sertão.

No ano de 1921, na gestão de Epitácio Pessoa, então presidente da República, era iniciada a construção do açude de Pilões, com o sangradouro na cota de 268 metros, o que faria submergir inteiramente o local das fontes termais, inutilizando-as para sempre. Para salvá-las, reduziu-se a capacidade de água armazenada – de 350 milhões de metros cúbicos para l3 milhões. Na época, o governador do Estado era Sólon de Lucena.

Em 1932, o governo de Antenor Navarro, entusiasmado com a importância das termas, desapropriou as terras das freiras, através do Decreto 278, de 22 de abril do mesmo ano, considerando-as de utilidade pública. Até os dias de hoje, a Estância Termal de Brejo das Freiras pertence ao Estado, mas poderá mudar de dono, pois o governo deseja privatizar toda a sua rede hoteleira.

Desapropriadas as terras, o arquiteto Nestor Figueiredo estudou um plano urbanístico, e o Interventor do Estado abriu crédito para a execução de seu programa. Mas, com a morte de Antenor Navarro, ocorrida a 26 de abril de 1932, a ideia foi abandonada.

Em 1933, Gratuliano de Brito, então Interventor do Estado, interessado pela criação da Estância Termal, autorizou a realização de estudos complementares, ficando confirmado que as águas termais tinham origem filoniana e subiam até à superfície através de uma profunda fratura geológica, constituindo manifestações de antigas atividades vulcânicas.

A convite de Gratuliano de Brito, Getúlio Vargas, o então presidente da República, e o ministro José Américo de Almeida visitaram o local, fazendo o lançamento da pedra fundamental da cidade termal. Isso ocorreu, provavelmente, no dia l4 setembro de l933, quando da visita que o presidente fizera a Pilões, a fim de inaugurar o açude público daquela localidade.

A construção do hotel e balneário foi realizada no espaço de seis meses, dando-se a sua inauguração no dia 27 de maio 1944, num sábado, às 16h, tendo sido animada pela orquestra “Jazz Tabajara”. O ato inaugural, que foi presidido pelo Interventor Ruy Carneiro, contou com a presença de autoridades de todo o país.